segunda-feira, 1 de julho de 2013

Maracanã tem protestos em dia de final da Copa das Confederações

Cerca de 1.200 pessoas fizeram protestos no entorno do estádio à tarde.
De manhã, 5 mil foram às ruas; ato foi pacífico com momentos de confronto.

No Maracanã, torcida e proitestos (Foto: Luiz Roberto Lima/G1)No Maracanã, torcida e protestos (Foto: Luiz Roberto Lima/G1)
O domingo (30), data da final da Copa das Confederações, que teve o Brasil vitorioso sobre a Espanha por 3 x 0, foi marcado por manifestações pacíficas na Tijuca, na Zona Norte, que terminaram a uma quadra do Maracanã, onde houve tumulto. O protesto, que transcorria com tranquilidade, teve momentos de correria e confusão no Maracanã quando, segundo o defensor público Henrique Guelber, manifestantes jogaram bombas artesanais e objetos na barreira formada por policiais militares. A PM reagiu com bombas de gás e balas de borracha.
Ao fim do jogo, os manifestantes já haviam se dispersado e os torcedores puderam sair do estádio sem problemas. Segundo a PM, nenhum manifestante foi preso. A PM informou que dois policiais feridos foram atendidos no Hospital de Campanha do Bombeiro, por volta das 20h.  Por volta das 22h30, mais um policial foi atingido com uma pedrada. Segundo a Polícia Militar, o Batalhão de Choque apreendeu 17 coquetéis molotov na Avenida Paula Souza, no Maracanã. Um homem foi levado para a 18ª DP (Praça da Bandeira), após furtar a câmera de um jornalista.
Manifestante se ajoelha durante protesto no Rio de Janeiro (Foto: Silvia Izquierdo/AP)Manifestante se ajoelha durante protesto no Rio de
Janeiro (Foto: Silvia Izquierdo/AP)
Os protestos começaram de manhã, com uma manifestação na Praça Saens Peña, na Tijuca, Zona Norte do Rio. Cerca de cinco mil manifestantes caminharam tranquilamente pela Rua São Francisco Xavier em direção à Praça Afonso Pena, no mesmo bairro, levando cartazes pedindo o fim da corrupção e protestando contra a concessão do Maracanã à iniciativa privada. O grupo cantava músicas e convidava os moradores a participar do ato.
O policiamento foi reforçado no trajeto percorrido pelos manifestantes, que seguiram pela Rua São Francisco Xavier. Segundo estimativa da Polícia Militar, cerca de cinco mil pessoas participaram da manifestação.
Ao fim deste primeiro protesto, na Praça Saens Peña, outro grupo de manifestantes começou a se formar para a caminhada marcada para as 15h em direção ao Maracanã. As pessoas confeccionavam cartazes com diversas reivindicações.
"Sai da minha casa às 6h30. Moro longe para caramba, em Nilópolis. Vim para cá através do Facebook. E vou acompanhar o movimento até o final", declarou o motorista Gilmar Vasconcelos, que pedia  a prisão dos mensaleiros.
Policial dispara contra manifestantes no Rio de Janeiro (Foto: Silvia Izquierdo/AP)Policial dispara contra manifestantes no Rio
(Foto: Silvia Izquierdo/AP)
Integrantes do Comitê Popular da Copa reivindicavam a não-privatização do Maracanã, a democratização dos meios de comunicação e a criação de setores populares no estádio. Segundo o publicitário Gustavo Bueno, de 46 anos, o grupo esperava reunir de 2 a 3 mil pessoas na manifestação.
A caminhada pela Rua Conde de Bonfim transcorreu sem incidentes, assim como a entrada dos torcedores no Maracanã.

O esquema de segurança tinha um cordão duplo de PMs; cerca de 50 metros atrás, policiais da Tropa de Choque da Força Nacional formavam outra barreira, usando máscaras antigás e levando escudos, cassetetes e armas não-letais. Atrás deles, a cerca de 30 metros, se posicionava o pelotão da Tropa de Choque da PM, com armas não-letais. Ao lado dele, o batalhão de cães da PM.
Por volta das 13h, a Polícia Militar começou o cerco de seis mil PMs no entorno e nos principais acessos do Maracanã, ao mesmo tempo em que a prefeitura do Rio fazia as interdições no local. Muita gente parava para tirar fotos ao lado dos blindados da PM. 
Nos arredores do estádio diferentes grupos faziam manifestações criativas: manifestantes bem-humorados protestaram dançando co, bambolês em frente ao cordão de policiais; pintados de branco e pedindo paz, o grupo religioso Regar usou faixas para lembrar mensagens do livro Eclesiastes, do Antigo Testamento, e dizer não ao acúmulo de riquezas.
Bombas explodem durante confronto entre grupo de manifestantes e polícia no Rio de Janeiro (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)Bombas explodem durante confronto entre grupo de manifestantes e polícia no Rio de Janeiro (Foto: Ricardo Moraes/Reuters)
Os manifestantes que saíram da Praça Saens Peña, que segundo a PM somavam cerca de mil pessoas, chegaram às proximidades do Maracanã por volta das 18h. O bloqueio feito por policiais militares e homes da Força Nacional só permitia a passagem de quem tinha ingresso para o Maracanã. Os manifestantes gritavam “O Maraca é nosso” e “Você aí fardado também é explorado”. Mas houve quem gritasse “Assassinos” para os PMs .
Manifestante recebe ajuda durante confronto com a polícia no Rio de Janeiro (Foto: Lunae Parrach/Reuters)Manifestante recebe ajuda durante confronto com a
polícia no Rio (Foto: Lunae Parrach/Reuters)
Foi por volta das 18h30 que começou a confusão entre PMs  e manifestantes, que segundo a polícia já somavam 1.200 pessoas. Segundo a polícia e o defensor público Henrique Guelber, manifestantes lançaram bombas artesanais, pedras e objetos na barreira policial. Os policiais reagiram com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Manifestantes e policiais foram se deslocando para a esquina da Rua São Francisco Xavier com Avenida Maracanã, onde o tumulto continuou.
Manifestantes molharam lenços com vinagre para cobrir o rosto e diminuir os efeitos dos gases e grupos se refugiaram em prédios e bares vizinhos. Outros correram para a Uerj para buscar refúgio. O conflito na Rua São Francisco Xavier continuou até pelo menos 19h15, quando os manifestantes já eram em número bem menor.
Pessoas fogem de bombas lançadas por policiais no Rio de Janeiro (Foto: Tasso Marcelo/AFP)Pessoas fogem de bombas lançadas por policiais
no Rio  (Foto: Tasso Marcelo/AFP)
O major Ivan Blaz, porta-voz, do Bope, esteve no entorno do Maracanã tentando negociar com os manifestantes.
“Não houve possibilidade de negociação, ele se recusam a negociar”, disse ele. 
O defensor público Henrique Guelber, do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública, estava no local no momento em que o confronto começou.
“Infelizmente a confusão partiu dos manifestantes, que jogaram bombas de gás e pedras contra os policiais”, disse.
Ao fim do jogo, manifestantes ainda tentaram se organizar para seguir para a estação do metrô de São Cristóvão, para continuar o protesto, mas não conseguiram o objetivo e a saída do estádio foi tranquila.
Manifestantes deixam frases escritas no asfalto no entorno do Maracanã (Foto: Tássia Thum/G1)Manifestantes deixam frases escritas no asfalto no entorno do Maracanã (Foto: Tássia Thum/G1)
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