segunda-feira, 24 de junho de 2013

Delegado quer exumação do corpo de criança que morreu após receber soro

Por Karla Danielle da Silva

O corpo da criança Luana Mesquita dos Anjos (foto), 8 anos, que faleceu no dia 17 de maio deste ano no Hospital do Satélite, poderá ser exumado. A criança, que era diabética, deu entrada no hospital com quadro de desidratação e vômito, vindo a óbito após receber soro glicosado.

Segundo o delegado do 11º Distrito Policial, Willon Gomes, o pedido de exumação do corpo de Luana será feito nesta sexta-feira (21); porque após a morte da criança, a família não autorizou a realização da autópsia, o que dificulta as investigações sobre o caso.

Os médicos que atenderam a criança já começaram a ser ouvidos pela polícia. Os pediatras Ana Maria Carvalho Fontenele e João Francisco de Macedo depuseram na quarta-feira (19). E nesta sexta-feira (21) irão depor Vitor Tadeu Leal Silva e Bismark Andrade Coelho de Sá. Segundo o delegado do 11º Distrito Policial, Willon Gomes, os médicos alegam que os procedimentos tomados foram corretos.

“Eles afirmam que realizaram o procedimento correto. De acordo com eles a criança havia chegado desidratada e vomitando, então eles aplicaram o soro glicosado que é o procedimento padrão para esses casos.”, informa o delegado.

Willon Gomes diz ainda que irá convocar o chefe de enfermagem que estava no plantão e alguém do Conselho Regional de Medicina (CRM) para mais esclarecimentos. “Vamos ouvir o chefe de enfermagem que estava no dia e alguém do CRM, precisamos esclarecer algumas dúvidas. Será que a diabetes foi a única causa da morte? Será que ouve negligência? Um outro agravante foi a falta de energia, o gerador não funcionou impossibilitando o atendimento à criança”, informa.

Precauções

Após a morte de Luana Mesquita foi apresentado na Câmara Municipal de Teresina um projeto de lei, de autoria do vereador Dudu (PT), para que obrigue antes de qualquer procedimento médico, que seja feito o teste da glicose, em toda rede hospitalar no município de Teresina, visando evitar mortes.

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Piauí (OAB-PI), também criou a Comissão de Direito da Saúde, após o incidente com Luana. De acordo com Rubenita Lessa, presidente da referida comissão, esta visa atender a pacientes do SUS (Sistema único de Saúde) e clínicas particulares que tenham convênio com o SUS. “Nossa função é ajudar estes pacientes que se sentem lesados. Eles devem procurar a Comissão assim que o fato ocorrer, então nós vamos orientá-los e oficiar o delegado de polícia, o CRM, Coren, Defensoria Pública, todos aqueles meios que possam estar envolvidos no caso”, informa Rubenita Lessa.

A Comissão não está acompanhando o caso de Luana Mesquita porque na época não foi procurada pela família. “Nós só podemos atuar quando somos acionados e quando não existir um advogado atuando no caso, como acontece agora com o caso da Luana, onde já há um inquérito aberto, uma investigação em andamento”, explica.

A população pode procurar a Comissão de Direito da Saúde na OAB-PI e fazer sua denúncia quando se depararem com as seguintes situações: quando procurarem um Posto de Saúde e não tiver um médico de plantão; quando houver ausência de enfermeiros ou material hospitalar; quando o paciente não conseguir ter acesso às informações do prontuário; quando não conseguir ter acesso aos remédios de distribuição gratuita nos postos, entre outros.

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